quarta-feira, 2 de julho de 2008

REFLEXÕES DE UMA PROFESSORA NUMA FESTA DE FORMATURA

Parte 2
As jovens conhecem bem esses elementos e sabem que eles apenas garantem a autoridade da liderança, mas que não contribuem, em nada, para diminuir as tensões que podem estar latentes ou em ato nas relações professor - aluno. Viveram essa situação em todos os seus anos de escolaridade. Essa liderança só é real quando o professor tem prestígio, essa irradiação insubstituível da personalidade, que tão bem equaciona competência, calor humano, capacidade de dar a cada um o que é seu, otimismo, espírito aberto, bom humor e o dom de manter a distância social necessária entre professor e aluno, naquele ponto ótimo que não dá azo ao favoritismo. Decorre, em certos casos, de um verdadeiro magnetismo pessoal que faz lembrar a velha noção teológica de carisma usada por Max Weber.
Sem um certo prestígio os professores se tornam impopulares e as matéria que lecionam deixam de ser atraentes. Diz Robert Ellis: “Um ministro agreste, de temperamento desabrido, breve se acharia pregando a bancos vazios; médicos e advogados desse tipo constrangeriam os clientes a procurar outros profissionais mais agradáveis; mas as leis de freqüência escolar compulsória e dos cargos efetivos, bem como a tradição habilitam o professor impopular a permanecer, ano após ano, formando novas levas de inimigos.”
Será fácil manter acesa essa chama e equacionar todos esses elementos? Não. Há uma série de desvantagens.
A escolha do magistério como profissão corresponde a um voto de pobreza. O remédio é dobrar a jornada de trabalho e, portanto, dispor de poucas oportunidades de atualização e lazer. A presença do mau aluno é um entrave para aqueles professores que ainda não resolveram enfrentar o problema objetivamente. Como? Tentando recuperá-lo e, para tanto, deve começar por uma auto-análise. A razão da indiferença do aluno pode estar no próprio professor...
Continua...

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