segunda-feira, 30 de junho de 2008

REFLEXÕES DE UMA PROFESSORA NUMA FESTA DE FORMATURA

REFLEXÕES DE UMA PROFESSORA NUMA FESTA DE FORMATURA - Parte 1
Esta é uma cerimônia de investidura. Jovens alunas recebem o título de professoras! Com isto há uma total reviravolta nos papéis sociais até então desempenhados por elas. Continuarão operando dentro de uma escola mas como representantes de um sistema de normas educacionais preestabelecidas que devem ser impostas aos alunos.
Todas elas estão cônscias dessa dupla corrente de sociabilidade: a que envolve o ajustamento do imaturo aos padrões do adulto e a que exprime as suas próprias necessidades e tendências. Diz Antônio Cândido “que na confluência de ambas situa-se a prática pedagógica, tanto mais satisfatória quanto melhor conseguir atenuar a tensão das duas correntes. Esta pode ser latente, limitando-se à concorrência normal dos grupos de idade e pode ser conflitual, levando ao desenvolvimento de atitudes e normas socialmente reprovadas. É o caso de grupos de delinqüência infantil e juvenil. Num sentido e noutro influem, é claro, as condições do meio”.
O professor terá, nesse contexto, sua dose de responsabilidade. Ele é um líder cuja autoridade se baseia em três elementos essenciais: idade, status e força. O primeiro, a idade, tem aqui um significado social que transcende o nível biológico. Embora jovem, a professora é portadora de uma bagagem cultural que a coloca acima dos alunos investindo-a da capacidade de coagi-los. Quanto mais for reconhecido o status da professora nos grupos de origem do aluno, maior será a sua ascendência sobre o educando. O último elemento, a força, completa o tipo de dominação magisterial, uma vez que tem meios de repreender e punir seus alunos.
Continua...

sábado, 28 de junho de 2008

Um caso inusitado

Parte 3
Em seguida, dirigindo-se ao casal idoso, perguntou:
- E vocês, estão comemorando as bodas de ouro?
- Nada disso! Estamos juntos há pouco tempo embora nos conhecêssemos de longa data. Nossos filhos se casaram e nós ficamos viúvos. O interessante é que ela é mãe de minha nora e isso permitiu que nos encontrássemos mais vezes. Finalmente resolvemos viver juntos e sem casamento.
- E os filhos, como reagiram diante desse fato?
- Ora, seus velhos estavam bem acompanhados e felizes e, portanto, uma preocupação a menos. Quanto a nossa decisão de nos unirmos sem casamento, sejamos práticos e sem preconceitos. Profissionalmente viajei por todo Brasil e. nessas andanças, conheci lugares maravilhosos. Resolvi então mostrá-los à minha companheira. Ai está a razão de optarmos por viver juntos e sem casamento. Como viúvos recebemos pensões e com o casamento elas cessariam. Com as duas e mais nossas aposentadorias estamos tendo oportunidade de fazer passeios como este. Ficamos encantados com tudo que vimos e com a troca de informações. Com elas planejaremos novos roteiros e oxalá neles encontremos parceiros como vocês.
Todos estavam surpresos com essa resposta tão direta e afinada com os costumes atuais. Não havia o que comentar. No dia seguinte cada casal viajaria para suas cidades mas, certamente, não esqueceriam desse caso de velhice bem resolvida.
Pois é, mais vale ser jovem aos 70 anos do que velho aos 40!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Um caso inusitado

E a excursão prosseguia. Passaram por Salvador e admiraram o maior conjunto arquitetônico colonial da América Latina. Visitaram igrejas, conheceram o barroco dos séculos XVI e XVII e a culinária local com toda sua história. Estava aí a oportunidade do casal mineiro falar de suas riquezas, do conjunto de obras do Aleijadinho, do movimento da independência. e de seu trágico desfecho, de Ouro Preto e das diferentes histórias sobre Chica da Silva e Bárbara Heliodora.
Mais uma etapa da excursão: Recife e Olinda. Além das belezas naturais havia muita coisa para ser lembrada. A presença dos holandeses e a luta para expulsá-los, os usos e costumes da região foram objeto de conversas que pareciam não mais ter fim. Os que conheciam as obras de Gilberto Freyre se estenderam comentando os usos e costumes do Brasil colonial. E nossas ilhas atlânticas? Em Fernando de Noronha o grupo não falou. O cenário era para ser contemplado!
Em Fortaleza, ponto final dessa maravilhosa viagem, o grupo permaneceu silencioso se encantando com o pôr do sol que deixava no mar uma estrada de fogo. Era um espetáculo inolvidável! Só quando a noite chegou eles romperam o silêncio e, pela primeira vez, o assunto era pessoal: por que cada um fizera essa viagem.
O casal mais jovem foi o primeiro a falar:
- De início pretendíamos fazer uma viagem pré-nupcial. Estamos juntos há. um certo tempo e, agora, decidimos nos casar. Mas, como historiadores, tivemos a oportunidade de conhecer melhor o Brasil e confrontar com o que sempre vimos através de livros. A companhia de vocês alargou, e muito, os nossos conhecimentos. Todos os problemas apresentados foram discutidos sob ângulos diferentes e isso nos permitiu dar um novo enfoque ao nosso trabalho.
- É interessante verificar que também foi o casamento a razão de nossa viagem adiantou-se o casal de Minas Gerais. Quisemos rever, depois de 25 anos, os lugares onde passamos nossa lua de mel. Naquela ocasião, como era de se esperar, não vimos nada do que esta viagem nos proporcionou. Além de sentimental, esta foi uma experiência enriquecedora.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Um caso inusitado - parte 1

Nas viagens de turismo os grupos se formam naturalmente, de acordo com as afinidades.
Numa excursão pelo nordeste brasileiro, três casais se entrosaram tão bem que, nas mais variadas situações, se destacavam pelo entusiasmo, curiosidade, troca de informações e também pelo espírito de aventura. A primeira vista, o que mais chamava atenção era a disparidade de idade desse grupo. Havia um casal jovem, um de meia idade e, por último, o de mais de 70 anos.
Qual seria o tema de tão freqüentes e animadas conversas?
Encantados com as belezas do Brasil, tanto as construídas pelo tempo como por aquelas feitas pelo homem, simultaneamente, absorviam as novidades que encontravam como também faziam ligações com as que já conheciam.
Enquanto percorriam as costas do descobrimento, em Porto Seguro, Troncoso e outros núcleos urbanos, teciam comentários sobre os cinco séculos de história e cultura dessa região. A Mata Atlântica certamente foi objeto de troca de informações. O casal mais jovem, oriundo do sudeste, reportou-se a das reservas entre São Paulo e Paraná dando destaque as riquezas da flora e fauna nelas existente. Conseqüentemente veio a baila o problema da preservação desses locais como também a situação das comunidades indígenas da região.
O casal mais velho, de Mato Grosso, ressaltou a pujança do complexo de áreas protegidas do Pantanal e sua biodiversidade. As informações se multiplicavam. E as Cataratas do Iguaçu, no Paraná? Foi lembrado, pelos jovens, o empenho de Santos Dumont em transformar o local num bem para todos e não apenas o de um particular.
Continua...

Um novo jeito de ler!

“O microscópio e o telescópio são extensões de nossa visão; o telefone é a extensão de nossa voz; em seguida, temos o arado e a espada, extensões do nosso braço. O livro, porém, é outra coisa: o livro é uma extensão de nossa memória e nossa imaginação. “
Jorge Luiz Borges
Ler é um ato mágico que nos faz pensar e experimentar as mais diversas emoções. Por que será que muitas pessoas não desfrutam desse prazer? Desinteresse ou falta de tempo?
Desinteresse? Ora, basta que investiguem suas preferências que certamente o interesse virá a tona. Não há pessoa que não goste de coisa alguma: aventura, mistério, romance, história, poesia... E hoje existem tantos recursos para descobrir o que o entusiasmará, a querer conhecer mais e mais... A leitura será, então, a sua aliada. A Internet está ai com os mais variados temas para instigá-lo a pesquisar.
Falta de tempo? Esperar uma folga, as férias para ler? Não se precisa de tanto tempo para cultivar o hábito de ler. Há contos, poesias, crônicas, historias, textos curtos que podem ser lidos num pequeno intervalo. E, no fim de semana, você descobrirá que muitas coisas novas passaram a motivá-lo a conhecer mais e se dispor a ler algo mais extenso.
Aqui você encontrará pequenos contos e crônicas disponíveis e se gostar do estilo, arrisque ler os meus livros. Os dois podem ser lidos em doses homeopáticas pois são apresentados com textos curtos, independentes, que podem ser lidos um ou dois por vez. Experimente!