sábado, 16 de outubro de 2010

Entrevista a pedido da REBRA

. O que significa a literatura para você?
Uma fonte inesgotável de criatividade, conhecimento, investigação tanto do mundo exterior como também do interior e, ainda, de prazer para quem a produz e quem a lê.

2. Qual foi o primeiro livro que você lembra ter lido? Quem lhe deu esse
livro, onde você o pegou?
Como quase toda criança do meu tempo, o primeiro livro que li foi “O Narizinho Arrebitado” de Monteiro Lobato. Encantei-me e fui lendo tudo que esse autor escrevia. Ganhei, de presente, de uma jovem professora, hóspede da minha mãe. Sua presença, na minha infância, foi marcante. Ela não só entendia como atendia minha incessante curiosidade. Sempre me lembro dela com muito carinho.

3. Qual a sua grande meta para essa vida e o que você espera de sua obra?
Na minha juventude, já bem distante, consegui romper barreiras e fazer minha vida a meu modo. Eram desafios e desafios! Sou uma escritora temporã. Só aos 70 anos é que me atrevi a publicar, de modo constante, o meu trabalho. Antes só o fazia esporadicamente. O que espero de minha obra? Escrevo para crianças com o objetivo de desperta-las para o prazer da leitura. Escrevo também biografias de pessoas que não mais estão entre nós, pois acredito nas palavras de Garcia Marques: “A vida não acaba com a morte e sim com esquecimento”.

4. Quais os três melhores livros que você leu, e qual você levaria para uma ilha deserta?
São tantos! “Contraponto” de A. Huxley, “O tempo e o vento”
de Erico Veríssimo e “A leste do Éden” de John Steinbeck . Levaria o de Erico
Veríssimo.

5. O melhor inicio de livro que você leu e gostaria de tê-lo escrito pessoal-
mente?
Pela singeleza e por tão bem entender a criança, gostaria de ter escrito a
dedicatória de Antoine de Saint-Exupery no“ O Pequeno Príncipe”. O início
do livro é belíssimo!

6. O melhor final de livro que você leu e gostaria de tê-lo escrito pessoal-
mente?
Pelo inesperado. É surpreendente! “O alienista” de Machado de Assis.

7. Seus autores – masculino e feminino – favoritos? Por quê?
Masculino – Érico Veríssimo: Em “Caminhos Cruzados”, por exemplo, ele
usa a mesma técnica do ”Contraponto” de A. Huxley. Sempre gostei dos seus
livros.
Feminino - Lya Luft –os seus contos, crônicas, poesias, ensaios, romances
revelam muita sensibilidade e sabedoria,


8. A quem você está devendo uma dedicatória?
À jovem professora, Maria Edith Leme de Oliveira, por ter me iniciado no
maravilhoso mundo da literatura.

9. Um conto, um livro, relato que fale de São Paulo e que você recomendaria?
“A muralha” de Dinah Silveira de Queiroz.

10. A quem você daria o Prêmio Nobel de Literatura?
À uma mulher, de preferência, brasileira. Já tivemos tantas que
bem o mereciam mas não mais estão entre nós. Outras escritoras brasileiras
podem, com justa razão, recebê-lo. Por exemplo: Lygia Fagundes Teles,
Lya Luft, Nélida Pinõn ...

Biografia: Hebe C. Boa-Viagem A. Costa, advogada, contista, cronista, biografa, publicou 2 livros infantis, 3 livros de biografias de pioneiras, 8 biografias de patronos de cadeiras da Academia Paulista de Psicologia e participou de 19 antologias