quinta-feira, 10 de julho de 2008

O PODER DE UMA FRUSTRAÇÃO - Parte - 1

Cristina leu o artigo no jornal e ficou pensativa. Como a ciência evoluíra! Passou em revista a sua vida. Como filha única tivera uma infância solitária. Viver, crescer entre adultos tinha sido bom, não podia negar, mas com outras crianças certamente teria sido muito melhor. Quando casasse gostaria de ter muitos filhos. Sonhava com isso.
Aos 20 anos encontrara aquele que seria o seu companheiro de vida. Apaixonados logo se casaram. O tempo passou e para decepção do casal a gravidez não acontecia. Todas as tentativas de tratamento foram em vão. Os especialistas não diagnosticavam nada de anormal no casal, mas...
Quando surgiu a possibilidade do bebê de proveta ela ficou entusiasmada. Estava ali a sua grande chance e não queria perdê-la. Agora se contentaria com um filho só. Consultou o marido. Ele não concordou, pois achava que as técnicas eram ainda muito recentes e o risco era muito grande. Todos os argumentos dela não o convenceram. Gostaria de ter filhos, dizia ele, mas sem correr o risco de perder a mulher.
Acenou, então, com a possibilidade de adotarem uma, duas crianças... Também não teve o apoio dele e nem dos familiares. Alegavam que ainda eram moços e, quando menos se esperasse, a gravidez aconteceria. E o tempo foi passando...
Ela continuou acompanhando todo progresso científico nesse setor. O marido continuava firme na sua posição e ela foi perdendo a esperança. Com a chegada da menopausa, acabou sepultando sua frustração. Não pudera ser mãe e também não seria avó...
Agora essa notícia no jornal: “Mulher italiana engravida aos 60 anos!” Por mais que tentasse se livrar de pensar no assunto, não conseguia. E os dias foram passando...
Continua....

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