terça-feira, 8 de julho de 2008

Cuidado com as ONGS

Nasci, estudei e lecionei no interior paulista e pude constatar a dificuldade em ler livros de minha predileção. Muita gente do interior não lê porque não encontra livros de sua preferência e não é por desinteresse. São poucas as escolas e bibliotecas públicas que têm um acervo significativo, os livros,via de regra, são caros e as livrarias com grande variedade de temas são raras.
Agora, como professora aposentada, quis minorar essa situação e contribuir para que o hábito de leitura se desenvolva nessas regiões. Como atingir esse objetivo? Na impossibilidade de faze-lo pessoalmente procurei uma ONG . Depois de muito pesquisar escolhi o Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo e fiz a seguinte proposta, por carta e por telefone:
Doar, entre outros, 200 livros de minha autoria – “Elas, as pioneiras do Brasil – A memorável saga dessas mulheres” – para Escolas e Bibliotecas Públicas do interior. É uma História do Brasil sob a ótica feminina onde reuni a biografia de 60 mulheres que se destacaram desde o descobrimento até nossos dias. Através desse enfoque pude mostrar a luta do gênero para alargar seu espaço deixar de ser uma a cidadã de segunda classe.
Fiquei decepcionada quando recebi o agradecimento de uma Creche da cidade de São Paulo pela minha doação de 177 livros – Elas , as pioneiras do Brasil. Gentilmente me contaram como fariam a distribuição deles, isto é, para particulares. Ora livro doado sem auscultar a preferência presenteado é um candidato a ser esquecido numa estante ou então ir parar num SEBO. Nas Escolas e Bibliotecas isso não acontecerá pois estará sempre a disposição de muitas pessoas sem qualquer ônus para elas. Se a ONG tivesse doado todos exemplares do livro infantil “Pois é!!! Cada um na sua...”, também da minha autoria, para a Creche, mesmo não sendo do interior paulista, eu ficaria contente pois estaria contribuindo para que o habito de leitura fosse trabalhado.
Em suma, como professora aposentada, com baixo salário, em sã consciência, não doaria livros no valor de RS$7.000,00 (sete mil reais) para serem distribuídos aleatoriamente, sem qualquer critério. Fizeram gentileza com chapéu alheio! Será que, pelo menos, os 23 livros restantes foram parar em alguma escola ou biblioteca publica do interior paulista?

Um comentário:

Anônimo disse...

Hebe
Se uma ONG ligada ao Fundo de Solidariedade do Governo , demonstra tal falta de respeito e de critério, que esperar das outras que não têm esse "pedigree"?
Compactuo com sua indignação e me solidarizo com sua decepção.....

Mirian Sanches